Em Setembro de 2009, após uma TEC de 3 (muito bons) embriões, em que até se recorreu a uma "cola biológica" (permite a viabilidade do embrião durante mais 2 a 3 dias), surgiu novo negativo.
Durante este mês de Setembro de 2009 decidimos terminar as tentativas de conseguirmos ter um filho biológico. A decisão já tinha sido abordada, nesta altura foi tomada.
Em Outubro de 2009 aconselhei-me e escolhi um ginecologista para me começar a seguir, dado que nos últimos anos tinha andado a "saltitar" de uma instituição para outra com técnicas de PMA. Nesta altura a minha ideia era ser operada (retirar o útero e ovário esquerdo que restava). A endometriose continuava a avançar, a dar-me dores de morte, e o ovário tinha quistos localizados. O GO não pensava do mesmo modo que eu: 36 anos, depois da cirurgia, na menopausa, não poderia fazer terapêutica hormonal de substituição durante dois anos para poder atenuar os sintomas e efeitos. Então iria tentar que houvesse regressão das lesões com pílula contínua durante seis meses e depois reavaliaríamos a situação. Fiz citologia.
Em Maio de 2010, nova consulta: subida muito acentuada dos marcadores tumorais do ovário (Ca125), citologia com lesão infiltrativa de 1º grau, nada de regressão das lesões de endometriose, agravamento da sintomatologia, o GO não hesita em propor-me a cirurgia. Fiz biópsia do colo do útero, em que o resultado veio confirmar o resultado da citologia.
Nesta fase era eu que já não estava preparada para este passo.
Levei até Setembro de 2010 a "amadurecer" a proposta cirúrgica e, finalmente, resignei-me e aceitei.
Fui operada no dia 1 de Outubro de 2010, faz hoje uma semana.
A cirurgia decorreu conforme previsto e estou a recuperar sem complicações.
Emocionalmente ainda não encaixei a ideia de que "estou vazia", e não me sinto preparada para enfrentar a menopausa com 37 anos.
Vivo um dia de cada vez e tento ignorar a realidade.
Tenho medo do desconhecido...